No atual cenário de investimento, equilibrar rentabilidade e responsabilidade ambiental deixou de ser apenas tendência e tornou-se necessidade. Os ativos verdes emergem como alternativa promissora para quem deseja alinhar objetivos financeiros a impactos sociais e ambientais positivos.
Os ativos verdes são instrumentos financeiros verdes certificados que destinam seus recursos a projetos com benefícios ambientais claros. Entre eles, os green bonds ou títulos verdes concentram-se em iniciativas de energia renovável, conservação de água, transporte limpo e restauração de ecossistemas.
Além dos títulos, há ações verdes na B3, em que empresas comprovam que mais de 50% da receita provém de atividades sustentáveis e menos de 5% de combustíveis fósseis, e fundos ESG que agregam diversos ativos alinhados a critérios ambientais, sociais e de governança.
Desde a primeira emissão de green bond pelo Banco Mundial em 2008, o mercado global cresceu de forma acelerada. Em 2022, os investimentos em ativos verdes alcançaram US$ 1 trilhão, mas a transição para uma economia global de baixo carbono exige cerca de US$ 5 trilhões anuais até 2025.
No Brasil, o governo anunciou a emissão de até R$ 10 bilhões em títulos verdes para o Fundo do Clima, gerido pelo BNDES. O mercado local já conta com debêntures verdes, CRI, CRA e, mais recentemente, as ações verdes certificadas pela B3.
Confira a evolução e metas do setor:
Os green bonds apresentam remuneração financeira fixa ou variável, com a obrigação de direcionar 100% dos recursos a projetos aprovados por certificadores independentes. Têm ainda benefícios fiscais e incentivo governamental em debêntures incentivadas e CRIs/CRAs verdes.
Paralelamente, as ações verdes na B3 exigem selo de certificação anual, que avalia o impacto ambiental e a participação em receitas sustentáveis. A revalidação anual garante transparência e responsabilidade corporativa contínua.
Incluir ativos verdes em um portfólio permite integração de critérios ambientais sem abrir mão da diversificação tradicional. Esses instrumentos atraem investidores institucionais em busca de menor risco socioambiental e fortalecimento da imagem corporativa.
Relatórios periódicos de impacto incentivam a prestação de contas e ampliam a confiança dos stakeholders. A transparência nas emissões e a divulgação de resultados criam um ciclo virtuoso de melhoria contínua.
A certificação por entidade credenciada é requisito central para garantir a credibilidade dos ativos verdes. Os emissores devem elaborar relatórios anuais detalhando a alocação dos recursos e os resultados ambientais alcançados.
Esse escopo de prestação de contas estimula impacto ambiental e social mensurável e previne práticas de greenwashing, fortalecendo a confiança do mercado.
O crescimento dos ativos verdes depende de políticas públicas consistentes e do aumento da demanda por produtos financeiros sustentáveis. Especialistas estimam que, na próxima década, o volume de green bonds pode ultrapassar US$ 2 trilhões anuais.
No Brasil, há espaço para expandir o mercado por meio de incentivos fiscais e maior maturidade dos participantes, com a recente chegada de títulos públicos verdes e ações certificadas pela bolsa.
Apesar do avanço, persiste uma lacuna de capital para financiar projetos em escala global. O risco de crédito do emissor e a instabilidade regulatória ainda são barreiras a serem superadas.
Por outro lado, esses ativos estimulam inovação e desenvolvimento sustentável, gerando empregos verdes e contribuindo para metas de descarbonização. Empresas bem posicionadas ganham reputação e atraem investidores engajados.
Diversos setores já se beneficiam dos recursos captados:
Para diversificar de forma ampla, investidores podem escolher entre:
Ao incluir esses ativos em sua estratégia, é possível equilibrar retorno financeiro e propósito socioambiental, criando portfólios verdadeiramente alinhados a valores sustentáveis.
No centro dessa transformação está a consciência de que cada aplicação financeira pode impulsionar uma economia de baixo carbono, gerando benefícios tangíveis para a sociedade e o planeta.
Referências