O mercado ESG tem ganhado destaque por conectando ética e rentabilidade corporativa em um cenário econômico cada vez mais consciente. Investidores, consumidores e reguladores exigem transparência e compromisso real com práticas sustentáveis.
Este artigo oferece uma visão abrangente sobre o crescimento, os desafios e as oportunidades do ESG no Brasil e no mundo, apoiado em dados recentes, rankings de empresas e tendências para o futuro.
ESG significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) e representa critérios avaliativos usados para medir práticas corporativas responsáveis. Esses parâmetros ajudam a mitigar riscos e criar valor sustentável em longo prazo.
A adoção de padrões ESG reflete uma revolução na cultura empresarial e mostra que a ética pode caminhar lado a lado com resultados financeiros. A sociedade civil, investidores institucionais e consumidores demandam cada vez mais ações concretas.
No Brasil, o segmento vem apresentando expansão significativa. Em maio de 2025, o patrimônio sob gestão dos fundos ESG alcançou R$ 34 bilhões, um crescimento anual de 28%.
Globalmente, espera-se que os investimentos ESG atinjam US$ 53 trilhões até 2025, chegando a um terço dos ativos sob gestão mundial. Essa projeção reforça a confiança no modelo de negócios que alia impacto positivo e segurança financeira.
Em termos de rentabilidade de longo prazo, os fundos de ações IS subiram 41% desde abril de 2022, comparados a 21,9% da indústria tradicional de fundos de ações. Já os ESG-related cresceram 31,7% no mesmo período, demonstrando performance superior e maior resiliência a crises.
Diversos estudos e premiações reconhecem as organizações que se destacam em práticas ESG no Brasil. No Ranking Merco 2022, as Top 10 incluíram Natura, Itaú Unibanco, Ambev, Google, Grupo Boticário, Magazine Luiza, Bradesco, Unilever, Nestlé e Danone.
O Anuário Integridade ESG 2025 reforça lideranças como Natura, Banco do Brasil e Ambev, destacando o compromisso dessas organizações com fundos sustentáveis cresceram 48% em patrimônio entre 2024 e 2025.
Setores como varejo e energia cresceram em relevância, subindo três posições no ranking dos 15 maiores segmentos em 2025. Moda, imobiliário e agronegócio também ganharam atenção especial, comprovando a transversalidade das práticas ESG.
Natura se destaca como referência global, reconhecida em todos os principais rankings por sua atuação em todos os eixos ESG, desde a cadeia de fornecimento até programas sociais nas comunidades.
Ambev surpreende pela gestão sustentável da cadeia produtiva e social, implementando economia circular e projetos de redução de resíduos em larga escala.
Magazine Luiza e Grupo Boticário aparecem entre os destaques devido à transparência em sua governança e ao forte impacto social de suas iniciativas, como programas de inclusão digital e apoio a pequenos fornecedores.
Investidores vêm percebendo que empresas alinhadas às práticas ESG têm mais facilidade em captar recursos e manter a confiança dos stakeholders ao longo do tempo.
O principal risco é o greenwashing, quando empresas investem em comunicação de práticas sustentáveis sem mudança estrutural. Isso pode afetar a credibilidade do mercado como um todo.
A falta de padronização nos critérios dificulta comparações e gera dúvidas sobre a efetividade de cada indicador. Setores como petróleo e agronegócio enfrentam dilemas complexos na transição para modelos de baixo impacto ambiental.
O mercado ESG prova que é possível conciliar o propósito com a lucratividade. Empresas e investidores encontram no ESG uma oportunidade única de gerar valor sustentável, reduzir riscos e atender às demandas de um público mais consciente.
Adotar práticas ambientais, sociais e de governança não é apenas uma escolha ética, mas uma estratégia de longo prazo para garantir investimentos ESG devem atingir US$ 53 trilhões e se consolidar como referência no cenário global. A transformação começa agora, com decisões fundamentadas em dados e uma visão de futuro responsável.
Referências