O processo de planejar a sucessão pode parecer complexo, mas é essencial para assegurar segurança jurídica e familiar. Ao organizar a transmissão de bens, direitos e empresas, o titular evita conflitos, reduz custos e garante que sua vontade seja cumprida de forma clara e eficiente.
Optar pelo planejamento sucessório vai muito além de elaborar documentos: é investir na estabilidade emocional e financeira da família. Sem essa estratégia, os herdeiros enfrentam longos processos judiciais e custos elevados, além do risco de disputas internas.
O Brasil registra cerca de 600 mil processos de inventário por ano, com duração média de 2 a 5 anos em tribunais. Essa demora pode gerar tensões e afetar o valor real dos bens, enquanto planejamentos bem estruturados garantem agilidade nas transferências extrajudiciais.
Além disso, o ITCMD varia entre 2% e 8% conforme o Estado, e projetos em discussão propõem alíquotas progressivas. Sem planejamento, os custos totais podem alcançar 20% do patrimônio, considerando impostos, honorários e despesas judiciais.
Existem diversos meios legais para estruturar a sucessão de forma eficiente. Cada instrumento atende a perfis e objetivos distintos, por isso é fundamental avaliar o contexto familiar e patrimonial antes de adotar qualquer medida.
Para dar os primeiros passos, siga uma sequência lógica, sempre com o apoio de especialistas:
1. Levantamento detalhado de todos os bens, incluindo avaliação de imóveis e ativos financeiros;
2. Identificação dos herdeiros necessários e de terceiros que poderão ser beneficiados;
3. Análise do regime de casamento ou união estável para definir quotas e direitos;
4. Escolha dos instrumentos jurídicos adequados, consultando advogados e contadores;
5. Elaboração e registro de documentos, como escrituras públicas, testamentos e contratos societários.
O planejamento sucessório requer total transparência para evitar futuros questionamentos judiciais ou anulações. Documentos mal redigidos podem ser contestados, gerando atrasos e custos inesperados.
Além disso, quem possui bens no exterior deve observar legislações locais e comunicar operações à Receita Federal, evitando sanções por omissão ou declarações incorretas.
Novas legislações, como o PLP 108/2024, podem impactar diretamente o cálculo do ITCMD, tornando-o mais progressivo. Adicionalmente, observa-se o crescimento das holdings familiares e a adoção de mecanismos internacionais por brasileiros de alto patrimônio.
Mesmo com benefícios claros, ainda há resistência cultural ao tema, já que muitos associam o planejamento sucessório à ideia de morte, em vez de encarar como ferramenta de proteção e continuidade.
O planejamento sucessório é um investimento na estabilidade e no bem-estar das futuras gerações. Ao estruturar a transmissão de bens de forma clara e estratégica, você protege seu legado e reduz riscos de conflitos, garantindo que seu patrimônio seja administrado conforme sua vontade.
Independentemente do volume de bens ou da complexidade familiar, iniciar o planejamento o quanto antes traz tranquilidade e previsibilidade para todos, preparando o caminho para um futuro mais seguro e organizado.
Referências