No atual cenário de mudanças climáticas e urgência na redução de emissões, o financiamento da transição energética desponta como elemento vital. Este artigo explora o papel de cada ator na mobilização de recursos, apresenta dados concretos e sugere caminhos práticos para você contribuir com esse processo decisivo.
Em 2024, o investimento total dedicado à mudança da matriz energética alcançou cerca de US$ 2 trilhões em 2024 ao redor do mundo. Apesar desse montante recorde, a COP30 propôs a meta de mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para financiar descarbonização e adaptação climática.
Esses recursos devem priorizar taxas de juros reduzidas, doações e mecanismos que evitem o aumento do endividamento nos países em desenvolvimento. A magnitude do desafio exige inovações financeiras e um comprometimento global sem precedentes.
O Brasil se destaca como o sétimo maior destino global de investimentos em transição energética, captando US$ 37 bilhões em 2024, o que corresponde a 1,8% do total mundial. Para atingir a meta de “net zero” até 2050, o país precisa de US$ 6 trilhões até 2050.
Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia, os investimentos nacionais previstos até 2034 somam R$ 3,2 trilhões, dos quais 78% devem ser destinados ao setor de petróleo e gás natural, e o restante a fontes renováveis e infraestrutura de rede.
O financiamento da transição energética no Brasil conta hoje com múltiplas fontes e instrumentos:
Essas fontes se complementam e representam um ecossistema financeiro complexo, mas essencial para viabilizar projetos de larga escala e impacto social.
A Lei de Transição Energética nº 15.103/2025 criou o Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN) e instituiu a programa de aceleração da transição. Ela estimula a produção de energias limpas, incentiva a eletrificação de transportes e promove a formação de mão de obra especializada.
Outro ponto crucial é a integração fiscal-energética, que permite contrapartidas em energia limpa na negociação de dívidas públicas, fortalecendo a governança e a transparência dos investimentos.
Os principais destinos dos recursos são:
Além disso, fundos específicos destinam recursos a linhas para prevenção/adaptação climática e inclusão social, ampliando o alcance dos benefícios.
Apesar da matriz elétrica brasileira ser altamente renovável (>90%), há desequilíbrio na aplicação dos recursos e na adoção de tecnologias limpas:
Superar essas barreiras demanda diálogo entre governos, setor privado e sociedade civil para garantir iniciativas de cooperação internacional e financiamento inclusivo.
Para avançar de forma coordenada, diferentes setores devem colaborar:
Cada ator, atuando de forma alinhada, pode acelerar a implementação de projetos e garantir maior impacto social e ambiental.
A COP30, realizada em Belém em novembro de 2025, destacou a urgência de criar mecanismos financeiros inovadores para descarbonização e adaptação climática, integrando setores produtivos e comunidades vulneráveis.
Os debates reforçaram que, além de promessas, é preciso estabelecer marcos práticos para mobilizar recursos de forma transparente e justa. O compromisso coletivo será a base para reduzir o hiato entre metas e resultados concretos.
Você pode fazer parte dessa transformação, seja apoiando políticas públicas, investindo em fundos sustentáveis ou promovendo iniciativas de sustentabilidade em sua comunidade. A transição energética é um desafio global, mas também uma oportunidade de gerar prosperidade, inovação e equidade para as próximas gerações.
Referências