Vivemos um momento em que a integração entre finanças e meio ambiente deixou de ser uma tendência passageira para se tornar um imperativo global. Investidores, empresas e formuladores de políticas buscam agora formas de combinar retorno financeiro com impacto ambiental, criando um caminho capaz de gerar benefícios econômicos e proteger nossos recursos naturais.
O conceito de Legado financeiro e ambiental está diretamente ligado à ideia de estruturar investimentos que promovam prosperidade pessoal e familiar e, ao mesmo tempo, deixem um legado positivo para as futuras gerações e para o planeta.
Nas últimas décadas, percebemos o surgimento de uma nova disciplina que une critérios financeiros e sociais, dando origem ao que chamamos de finanças sustentáveis. Esse movimento ganhou força com o aumento da consciência sobre mudanças climáticas, desperdício de recursos e desigualdade global.
Para muitos, adotar práticas de investir com consciência ambiental ainda parece um desafio, mas os dados mostram que é possível gerar lucro e, ao mesmo tempo, promover justiça social e preservação ecológica.
O Brasil tem se destacado no cenário de finanças verdes, reunindo um volume significativo de recursos em projetos socioambientais. Em 2025, os investimentos privados em iniciativas ambientais alcançaram R$ 48,2 bilhões, um expressivo salto de 24,2% em relação ao ano anterior.
Além disso, o fluxo de financiamento climático cresceu 84% entre 2020 e 2022, alcançando uma média anual de R$ 26,6 bilhões. No mercado de capitais, as emissões de títulos sustentáveis somaram US$ 15,8 bilhões em 2021, um aumento de 177% em relação ao ano anterior.
Os fundos de investimento sustentável (IS) também registraram força: em julho de 2025, possuíam R$ 36,8 bilhões de patrimônio líquido, representando um crescimento de 48,4% em seis meses e de 89% em um ano. O número de cotistas saltou de 80,4 mil para 149,8 mil, ainda que esses fundos representem apenas 0,37% de todo o patrimônio líquido da indústria.
Apesar dos avanços, a sustentabilidade ainda não é prioridade sistêmica em grande parte das instituições financeiras. Apenas 3 de 12 bancos pesquisados obtiveram pontuações acima de 30 em critérios sociais, ambientais e climáticos:
Os principais obstáculos incluem baixa análise de riscos socioambientais, avaliações superficiais e falta de transparência. Para avançar, será essencial implementar regulações mais rígidas, padronizar relatórios de emissões financiadas e adotar compromissos Net Zero efetivos.
Ao optar por projetos sustentáveis, investidores e empresas ajudam a mitigar deficits históricos em saneamento, mobilidade e infraestrutura, além de promover justiça social e competitividade futura. Essas ações reforçam os compromissos nacionais e internacionais, como o Acordo de Paris, a COP30 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Títulos verdes, debêntures sustentáveis e acesso a fundos IS mostram o potencial de ganhos financeiros alinhados a um impacto positivo.
Cada decisão conta quando o objetivo é unir propósito, performance e sentido. A seguir, algumas formas de começar hoje mesmo:
Para famílias, estabelecer um plano de sucessão que inclua o legado ambiental — como doações a projetos de preservação ou criação de fundos familiares verdes — assegura que os valores se perpetuem.
Construir um legado financeiro e ambiental duradouro é mais do que uma escolha ética; é uma estratégia de futuro. Ao alinhar seus investimentos a critérios sustentáveis, você fortalece a economia, protege a biodiversidade e inspira novas gerações a pensar de forma integrada.
O momento de agir é agora. Ao investir com responsabilidade socioambiental, você não apenas potencializa seus rendimentos, mas também garante que seu patrimônio seja sinônimo de esperança e transformação para um mundo mais equilibrado.
Referências