O Brasil vive um momento único para alavancar sua capacidade de atração de capitais e protagonizar a transição rumo a uma economia de baixo carbono. Mais do que números na bolsa, o setor privado desempenha papel central na atração de investimentos, inovação e criação de empregos com impacto socioambiental.
Para atingir as ambiciosas metas climáticas brasileiras, estima-se a necessidade de R$ 2 trilhões de investimentos climáticos até 2050, frente aos atuais R$ 26,6 bilhões mobilizados por ano. Em 2024, o país conquistou US$ 37 bilhões para a transição energética, tornando-se o 7º maior destino global.
O cenário mostra que, mesmo com capitais crescendo, há uma lacuna de centenas de bilhões anuais para cumprir as metas de 2030. Uma regulação mais clara e incentivo adequado são fundamentais para capturar recursos privados e ampliar o ritmo de projetos verdes no Brasil.
A expectativa pela Taxonomia Sustentável Nacional prevista para 2025 reforça a importância de um critério uniforme, reduzindo a insegurança jurídica e definindo quais atividades realmente devem entrar no radar dos investidores.
Além da regulação, existem instrumentos que facilitam e tornam mais atrativos os negócios verdes. Eles oferecem segurança e mecanismos para envolver bancos, fundos internacionais e investidores locais.
Em Pernambuco, o projeto de US$ 275 milhões em parceria com o Banco Mundial moderniza registros, expande renováveis e impulsiona o ambiente propício ao setor privado verde.
A transição para uma economia de baixo carbono gera não só resultados ambientais, mas também inovação tecnológica e desenvolvimento regional. Até 2030, o Brasil pode criar 7,1 milhões de empregos verdes e chegar a 15 milhões em 2050.
Os empregos se concentram em setores como energias renováveis, economia circular, bioplásticos, restauração ecológica, tratamento de água, mobilidade de baixa emissão e bioeconomia. Esses empregos promovem inclusão social e fortalecem cadeias produtivas locais.
Mesmo diante de um mercado de capitais sólido e de uma matriz energética limpa, o país enfrenta desafios em matéria de uso da terra, desmatamento e segurança jurídica. A implementação de políticas claras e estáveis dará confiança ao investidor de longo prazo.
A colaboração multissetorial é imperativa: empresas, governo e sociedade civil devem unir esforços para expandir ferrovias, hidrovias, rastrear cadeias produtivas e consolidar a descarbonização em todos os níveis.
A COP30, a ser sediada na Amazônia, representa uma janela de oportunidade para o Brasil reafirmar seu protagonismo na agenda climática e atrair novos investimentos em projetos de alto impacto.
O setor privado detém a maior parte do capital necessário para acelerar a transição verde. Cabe às empresas nacionais e estrangeiras enxergar o desafio como uma oportunidade de inovar, crescer e transformar o futuro do país.
Chegou a hora de ir além da bolsa de valores. Investir em soluções verdes não é apenas um imperativo ambiental, mas uma estratégia de negócios vencedora, capaz de gerar valor compartilhado e posicionar o Brasil como referência global em sustentabilidade.
Empresários, investidores e empreendedores: o convite está feito. Juntos, podemos construir uma nova era de prosperidade verde, impulsionada pela força inovadora e empreendedora do setor privado brasileiro.
Referências